sexta-feira, 22 de outubro de 2010

[PV BA] Dirigentes do PV baiano vão apoiar Dilma

Dirigentes do PV baiano vão apoiar Dilma

Dirigentes do Partido Verde baiano se reuniram ontem (18), à noite, na sede do Partido, para decidir o posicionamento no segundo turno das eleições presidenciais, após a direção nacional e a ex-candidata Marina Silva optarem pela neutralidade, mas liberar os filiados para adotarem seus posicionamentos pessoais desde que não façam uso da marca e do nome do PV.

Dirigentes locais, como o presidente Ivanilson Gomes, o líder da bancada do PV na Câmara dos Deputados, Edson Duarte e o deputado estadual eleito, Eures Ribeiro, optaram pelo apoio a Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, após considerarem o passado político das duas legendas. O PV e o PT sempre estiveram juntos nas lutas históricas do povo brasileiro.

Outro ponto forte foi a concordância de Dilma com os principais pontos programáticos que Partido Verde apresentou aos dois candidatos enquanto, José Serra e o PSDB, tiveram dificuldade em assimilar a maioria das propostas verdes.

A decisão leva em conta ainda o pedido de várias lideranças, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores da legenda que pediram liberação para apoiar Dilma neste segundo turno.

“Esta é a decisão de um grupo que vai recomendar o voto em Dilma. Qualquer filiado ou dirigente que tiver outra opção será respeitado”, disse o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes. Ele reforçou ainda que o posicionamento não entra em desacordo com a direção nacional do partido já que esta deixou os filiados livres para decidirem seu apoio de acordo com a realidade de cada estado.

domingo, 17 de outubro de 2010

17/10/2010 14h15 - Atualizado em 17/10/2010 15h52 Marina Silva e PV anunciam posição de 'independência' no segundo turno De 92 votantes, 88 optaram po


Marina Silva e dirigentes do PV votam na reunião que decidiu pela posição de "independência" do partido no segundo turnoMarina Silva e dirigentes do PV votam na reunião
que decidiu pela posição de "independência" do
partido no segundo turno (Foto: AFP)

A senadora Marina Silva e Partido Verde anunciaram neste domingo posição de "independência" em relação à disputa do segundo turno da eleição presidencial entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).

No primeiro turno, Marina, candidata a presidente pelo PV, obteve 19,6 milhões de votos, quase 20% dos votos válidos. O apoio dela e do PV era cobiçado por Dilma e porSerra, que enviaram cartas à senadora destacando afinidades entre pontos dos planos de governo.

Durante a reunião plenária do PV neste domingo em São Paulo que decidiu pela 'independência', Marina leu uma carta aberta a Dilma e Serra, em que afirma que essa é posição que melhor pode contribuir para o processo eleitoral.

Em discurso, a ex-presidenciável fez críticas ao que chamou de uma "dualidade destrutiva" entre PT e PSDB, comparada por ela às oposições entre MDB e Arena no regime militar e a republicanos e monarquistas no período imperial.

A posição defendida por Marina Silva foi semelhante à de varias lideranças do PV que discursaram antes dela na reunião plenária. De acordo com o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, dos 92 votantes na plenária, quatro não votaram pela posição de "independência".

Durante entrevista coletiva após a reunião, Marina Silva afirmou que a "independência" aprovada pela plenária não é neutralidade e que, "como cidadão", o militante do partido poderá manifestar no segundo turno a posição pessoal em favor de um ou de outro candidato, desde que não utilize símbolos do partido.

Indagada em quem votará no segundo turno, Marina Silva preferiu não revelar. "O voto é secreto e eu vou reservar esse direito de eleitora que eu tenho", declarou.

O vice-presidente do PV, deputado federal eleito Alfredo Sirkis, disse que o militante terá "toda a liberdade" de aparecer em programas de TV, subir em palanques e fazer declaração de voto, mas sem atribuir a si mesmo a qualificação partidária de integrante do PV. "É uma posição de cidadão, enquanto eleitor", afirmou.

Sirkis disse que o PV espera dos dois candidatos um "nível elevado" na campanha do segundo turno. Ele classificou a campanha, no estágio atual, como "muito agressiva de parte a parte e com temas que acabam criando uma regressão cultural na sociedade". "A forma como eles se atacam representa um retrocesso", declarou.

Cargos
Marina Silva negou que setores do partido pretendessem obter cargos no futuro governo e rejeitou a hipótese de aceitar algum cargo, caso seja convidada pelo vencedor da eleição.

A senadora disse considerar já ter dado a sua contribuição durante mais de cinco anos como ministra do Meio Ambiente do governo Lula e em 16 anos no Senado. "Às vezes, a gente contribui mais fora do governo do que dentro", disse.

Marina também disse não se considerar responsável por uma eventual derrota do PT e da candidata Dilma Rousseff ao ter sido apontada como responsável por levar a eleição para o segundo turno.

A ex-candidata citou a fundação do PT pelo presidente Lula na década de 80 quando, segundo afirmou, ele foi acusado de ajudar a ditadura por "dividir as esquerdas".

Marina e PV declaram neutralidade

SÃO PAULO - A terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva, declarou, durante convenção em São Paulo neste domingo, que se manterá neutra no segundo turno. A verde preferiu evitar a palavra neutralidade e chamar a posição de "independência".

Creio que a posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro

Em carta aberta aos candidatos Dilma Roussseff e José Serra, lida durante o evento, Marina criticou a polarização política entre PT e PSDB e cobrou um avanço maior dos dois finalistas da eleição no compromisso com o programa apresentado pelos verdes aos presidenciáveis.

- O fato de não ter optado por um alinhamento não significa neutralidade. Creio que a posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro.

Na carta, Marina deixou claro que esperava um prova de amor mais concreta de Dilma e Serra.

- Embora mostrem afinidade, gostaríamos que avançassem em clareza e profundidade com as nossas propostas.

A candidata derrotada disse que PT e PSDB "se deixaram capturar pela lógica do embate" na disputa política nacional.

Os discursos feitos antes do proferido por Marina deixaram clara a opção da legenda pela neutralidade. Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV, o deputado federal Zequinha Sarney (MA), o candidato a vice de Marina, Guilherme Leal, e candidato derrotado ao Senado por São Paulo, Ricardo Young, defenderam a independência.

PV segue decisão de Marina

O Partido Verde seguiu a posição da candidata derrotada e aprovou a opção pela neutralidade da legenda no segundo turno da eleição presidencial. A votação foi simbólica. Apenas quatro pessoas se manifestaram a favor do apoio a um dos candidatos.

Nos discursos durante o evento, ficou claro o plano de ter Marina na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. A pastora Valnice Milhones, da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, uma das líderes religiosas que apoiaram a presidenciável verde, chegou a lançar a candidatura para a próxima eleição:

- (A convenção) Não é o fim. É o começo... 2014, Marina presidente - afirmou sendo aplaudida com entusiasmo.

Para o empresário Guilherme Leal, a posição de independência permitirá "criticar quando for preciso e apoiar quando necessário" o futuro governo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ministro da Cultura rejeita onda verde nas eleições, mas aposta em “onda Marina”

Fora do PV temporariamente, Juca Ferreira diz que mérito nas urnas foi da senadora

Ed Ferreira/Agência Estado/14.06.2010

Afastado do PV desde março deste ano, ministro Juca Ferreira defende apoio de Marina a Dilma

Marina Novaes, do R7

Empenhado em eleger a candidata Dilma Rousseff (PT) à Presidência, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, ainda não tem planos para voltar ao PV,partido que deixou temporariamente em março deste ano. Em entrevista ao R7 na última sexta-feira (8), o ministro criticou a hipótese de a sigla apoiar o tucano José Serra, e não a petista, no segundo turno das eleições, mas admitiu o distanciamento da legenda dos ideais de esquerda.

A centralização do Partido Verde foi tema da conversa com o Juca Ferreira, que disse ainda não ter decidido sobre seu possível retorno à sigla em 2011 – quando vence o prazo da suspensão da filiação.

Além de admitir uma crise mundial de identidade entre os verdes, o ministro também minimizou o sucesso do PV brasileiro nas urnas em 2010, cuja candidata à Presidência Marina Silva (AC) atingiu a terceira colocação após obter mais de 19,6 milhões de votos.

- Não houve ‘onda verde’, houve uma ‘onda Marina’.

Na entrevista, Juca Ferreira também falou sobre a dúvida em torno do apoio de Marina a um dos adversários que disputam o segundo turno - Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) –, e contou como é assistir ao assédio da verde como “espectador”.

- Eu estou pela primeira vez depois de 20 e tantos anos participando de fora, e isso me dá uma sensação de estranhamento. Mas eu preferi suspender a minha filiação, porque eu não quis correr o risco de apoiar uma campanha que pudesse terminar no colo da oposição.

Veja abaixo os principais pontos da entrevista:

R7: O senhor, quando pediu suspensão da sua filiação ao PV, criticou o “pragmatismo” da legenda. O que mudou?

Juca Ferreira: O Partido Verde, quando surgiu no final da década de 80, tentou refletir a superação de todos aqueles dogmas da esquerda tradicional, assumindo uma série de questões do final do século 20 e do início do século 21, que representariam uma atualização da nossa sociedade, uma modernização. [...] Mas, ultimamente, o partido abriu um pouco mão do seu programa. [...] O PV não percebeu que havia a necessidade de ir evoluindo paulatinamente e se politizando e incorporando a questão ambiental a outras questões sociais e de construção da democracia. Então houve uma perda de identidade, o que faz com que reflita um empobrecimento. E isso não foi apenas no Brasil. Há uma crise geral na política e eu acho que os partidos verdes não estão incólumes diante disso.

R7: O PV dá sinais de que poderá apoiar José Serra (PSDB) no 2º turno das eleições presidenciais, embora a Marina tenha feito parte do PT, da candidata Dilma Rousseff. Como o senhor avalia esse cenário?

Juca Ferreira: No primeiro turno não houve uma onda verde, houve uma onda Marina. Porque o Partido Verde elegeu o mesmo número de deputados que na eleição passada. Não elegeu nenhum senador, não elegeu nenhum governador. Ou seja, os votos da Marina escorregaram um pouco para dentro do PV, mas muito pouco. Na verdade, a conquista de votos que houve foi em torno do nome dela. [...] Mas esses votos foram conquistados por ela, o Partido Verde não conquistou. Então, nesse momento, não é a posição que o PV vai tomar que é o mais importante. O mais importante é saber se a Marina vai apoiar o Serra. Se ela for apoiar Serra, eu acho que ela perde esse capital acumulado. Se ela ficar indiferente, é uma tentativa de preservar não esses votos, mas de preservar perspectivas de se consolidar como uma terceira via para 2014.

R7: E se apoiar a Dilma?

Juca Ferreira: Se apoiar Dilma acho que tem alguma coerência, mas é uma coerência que eu acho muito difícil que o Partido Verde acompanhe. Porque no Rio de Janeiro, por exemplo, o Partido Verde já se aliou ao DEM e ao PSDB. O próprio Gabeira [Fernando Gabeira, candidato do PV ao governo do Rio] é o porta-voz dessa posição. E em São Paulo há muito tempo que o PV tem essa aliança com o DEM e com o PSDB. [...] Me parece que a maior parte do PV, a parte que controla a máquina, vai forçar a barra para que Marina apoie o Serra. Mas eu acho que ela vai resistir porque isso significa uma perda de densidade e do que ela acumulou na campanha.

R7: O senhor pretende voltar para o partido?

Juca Ferreira: Eu não estou pensando nisso ainda. Eu estou participando do debate de fora, conversando com as pessoas que eu tenho afinidade de dentro do PV. Eu pedi uma suspensão de filiação até meados do próximo ano, então eu não estou com ansiedade. [...] Nesse momento, eu estou interessado em contribuir com a eleição da Dilma. [...] Se houvesse maturidade no PV, a gente poderia contribuir programaticamente para incorporar no programa de governo aspectos que ainda não existem. Mas eu acho que só uma parte do PV compreende isso.

R7: O número de votos que a Marina teve no 1º turno o surpreendeu?

Juca Ferreira: Eu pensei o tempo inteiro com a capacidade da candidatura da Marina de atrair os votos programáticos. Os votos programáticos preocupados com o meio ambiente e com a sustentabilidade eu pensava que atrairia entre 8% e 13% do total dos votos. Mas o que houve é que ela agregou também o voto mobilizado pela questão ética, e atraiu também esse voto religioso. Então foi surpresa para todo mundo.

R7: O que o senhor achou da iniciativa da Marina de apresentar propostas aos adversários para definir o seu apoio no segundo turno?

Juca Ferreira: [...] Acho que a Marina está correta em dizer que essa discussão tem que ser programática. E se a [ex-] ministra Dilma [Casa Civil] e o comando da campanha incorporarem esses pontos, acho que não tem outro caminho a não ser apoiá-la. Assim o próximo governo do Brasil terá um compromisso maior ainda com a questão ambiental.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ANÁLISE-Dilma se arrisca ao tentar sair da defensiva em debate

SÃO PAULO (Reuters) - O tom mais agressivo adotado pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, no debate realizado pela TV Bandeirantes no domingo visou tirá-la de uma posição defensiva em temas polêmicos, mas é uma estratégia arriscada, segundo analistas.

Ao contrário de debates realizados no primeiro turno da disputa pelo Palácio do Planalto, quando Dilma sistematicamente ignorou José Serra (PSDB), desta vez foi para cima do adversário desde o início do encontro, reclamando do que chamou de campanha caluniosa, incluindo a discussão em torno do aborto.

O comportamento da candidata do PT foi no sentido contrário do que geralmente é adotado por candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto, como é o caso dela. Nessa posição os candidatos costumam adotar uma postura mais amena.

"Ela está na frente nas pesquisas, mas estava numa situação defensiva até ontem (domingo), porque ela teve que se explicar em relação às questões do aborto, às questões da Erenice (Guerra, ex-assessora de Dilma, acusada de envolvimento num esquema de corrupção)", disse à Reuters o cientista político Carlos Melo, do Insper (antigo Ibmec).

"Eu imagino que o movimento ali tenha sido o de sair da defensiva e colocar a discussão num outro patamar, tirando a iniciativa do José Serra no que diz respeito àquelas questões."

Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores Associados, concorda. "Ela (Dilma) continua na frente, com uma margem de 7 pontos, 8 pontos considerando-se somente os votos válidos, mas ela vem perdendo terreno", avaliou.

O risco, para Ribeiro, está na mudança da imagem percebida pelos eleitores. "É uma tática arriscada porque durante o primeiro turno não foi essa a Dilma que se apresentou para o eleitorado", lembrou.

Na discussão sobre o aborto, Dilma lembrou de normatização de Serra, quando ministro da Saúde no governo FHC, sobre atendimento de mulheres em hospitais públicos citou até a mulher do tucano, Monica Serra, que teria dito durante a campanha que a petista seria a favor de matar criancinhas.

Além disso, tentou colar em Serra a pecha de privatista e chegou a mencionar notícia de que um membro da campanha do tucano teria fugido com 4 milhões de reais arrecadados para a disputa.

Já Serra, mesmo atirando contra a corrupção do caso Erenice e os apoios dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e José Sarney à petista ou ao que chamou de incoerência quanto à posição da adversária em relação ao aborto, manteve um tom menos beligerante.

REPETECO?

O tom mais agressivo de Dilma no debate da Bandeirantes lembrou postura parecida adotada pelo governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em debate do segundo turno da eleição presidencial de 2006 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas para Carlos Melo, do Insper, as comparações param por aí. "O Alckmin foi com uma agressividade para cima do Lula, que o Lula pôde se vitimizar ali. Ontem o que você viu foi a Dilma se vitimizando, ela se colocando na condição de injustiçada", disse.

Para ele, os temas aborto e corrupção "saem um pouco da agenda", mostrando otimismo com o nível da discussão daqui para frente. "Talvez, agora, isto posto, a gente possa discutir política."

Mas, para Ribeiro, da MCM, o primeiro debate do segundo turno da disputa presidencial mostrou qual deve ser o tom do restante da campanha até o dia 31 de outubro.

"Se você observar os spots (inserções no rádio e na TV) dos dois candidatos, um está falando mal do outro", disse.