Marina Silva, candidata do PV à presidência do País, durante entrevista no 'Roda Viva'Foto: Raphael Falavigna/Redação Terra
Marsílea Gombata
Direto de São Paulo
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) criticou a forma como foi estabelecido o reajuste de 7,7% para os aposentados e classificou como um erro ter beneficiado setores não alinhados à produção sustentável, em anos anteriores, ao invés dos servidores inativos.
Marsílea Gombata
Direto de São Paulo
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) criticou a forma como foi estabelecido o reajuste de 7,7% para os aposentados e classificou como um erro ter beneficiado setores não alinhados à produção sustentável, em anos anteriores, ao invés dos servidores inativos.
O reajuste de 7,7% nas aposentadorias acima de um salário mínimo e o fim do fator previdenciário foram aprovados pelo Congresso e encaminhados para a sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem até esta terça-feira para decidir se vetará ou aprovará as mudanças. O governo propunha aumento de 6,14% e admitia elevar sua proposta para 7%, mas o Legislativo aprovou o reajuste ainda maior. De acordo com o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, se o reajuste for vetado pelo presidente, o governo terá que reeditar a medida provisória que trata do tema, ratificando a proposta inicial de 6,14%.
"Em 2006, fizemos empréstimos do BNDES para frigoríficos que atuam de forma completamente insustentável para a Amazônia. No meu entendimento, eu não daria esse bilhão para os frigoríficos e daria aos aposentados", disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira. "Não podemos ser complacentes com aqueles que não querem fazer o dever de casa", afirmou.
Marina também criticou o fato de a votação dos royalties relativos ao pré-sal não ter sido deixada para o período pós-eleitoral. Para ela, a divisão dos recursos deveria ser tributária e não política. "A responsabilidade da reforma tributária está sendo transferida para os recursos do pré-sal", disse.
Em relação a alianças com partidos que estão afastados do PV e são considerados chave para governabilidade, como o PMDB, Marina defendeu aproximação com essas legendas e disse que essas "mazelas têm a ver com a reforma política que não sai do papel". "O sociólogo não conseguiu fazer a reforma política e o operário não conseguiu fazer a reforma trabalhista", afirmou.
Corrida presidencialQuestionada sobre o apoio ao PT em um possível segundo turno, Marina voltou a falar sobre o apoio a amigos de militância política do Acre - como os petistas e irmãos Jorge (ex-governador) e Tião Viana (senador).
"Eu já estou apoiando meus companheiros do PT no Acre. Estou apoiando incondicionalmente. Na eleição presidencial, quem não está comigo são eles", disse. A candidata rebateu ainda as críticas sobre o apoio dos tucanos à candidatura de Fernando Gabeira ao governo do Rio pelo PV. "Tentam o tempo todo fazer esse constrangimento e ninguém fala que estamos apoiando o PT no Acre", disse.
Ao ser perguntada sobre o apoio que o presidente Lula tem manifestado à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, Marina alertou para o que veio chamar de "estrapolação". "Quando se é presidente da República, (...) tem que se observar a legislação eleitoral. E parece que essa animação tem sido maior", disse.
A candidata também criticou os projetos de Dilma Rousseff e José Serra (PSDB) par o Brasil, que classificou como semelhantes. "O problema com eles é a visão que têm, de gerentes. O Brasil precisa alguém que tenha estratégia", disse.
Perguntada se pretende acompanhar o jogo da Seleção Brasileira, que estreia na Copa do Mundo 2010 amanhã contra a Coreia do Norte, Marina confirmou que vai assistir a partida. "Estou confiante e pedindo a Deus que o Brasil possa ser o grande vencedor", disse.
Para a entrevista na TV Cultura, a candidata verde estava acompanhada do vice-candidato e fundador da Natura, Guilherme Leal; a colega e socióloga Neca Setubal; o coordenador de campanha e ex-secretário do Ministério do Meio Ambiente em sua gestão, João Capobianco; o presidente do PV no Rio e candidato a deputado federal, Alfredo Sirkis; e o responsável pela agenda de campanha e candidato a deputado federal pelo PV, Luciano Zica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário