Faltando pouco mais de um mês para o dia das eleições, a coordenação de campanha da candidata Marina Silva (PV) entende que é hora de dar uma guinada na forma como ela vem se colocando na disputa eleitoral. Trata-se de uma nova tentativa de fazer Marina crescer nas pesquisas de intenção de voto e assim alcançar o segundo turno.
Há cerca de três meses que a campanha da verde está estagnada na faixa de 8% a 10% das intenções de voto. A ideia é sair da mera apresentação programática quem vem sendo feita até agora para ressaltar diferenças entre as candidaturas.
"Vamos sair da mera apresentação de propostas pra realçar as diferenças que existem entre os candidatos. Faremos ajustes na comunicação para sermos mais claros, mais eficientes em comunicar o eleitrado quais são as nossas diferenças e porque achamos que nossas diferenças nos credenciam como o melhor candidato a presidência da república", explica João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina.
A nova estratégia já será posta em prática no novo programa eleitoral da ex-ministra do Meio Ambiente, que irá ao ar nesta terça-feira (31).
Para Capobianco, já é algo positivo o fato da candidatura chegar até a esse ponto sem perdas significativas de votos. "Quem tem que estar preocupado é quem está perdendo voto. Estamos lá, mantendo. Crescemos, chegamos num patamar e mantemos. A pergunta que você faz eu também faço todos os dias. Porque não estamos crescendo? Temos chance de crescer? Nos achamos que sim".
Questionado se Marina mira suas armas em algum adversário em especial, o coordenador do PV negou: "não mudaremos a estratégia no sentido de fazer uma campanha agressiva, de atacar as candidaturas concorrentes... Essa hipótese de bater no Serra, eu não sei de onde apareceu. Deve ter vindo do PT. Não existe alvo preferencial para nós. O voto não é nem do Serra nem da Dilma, é do eleitor, e está em disputa. Essa disputa vai até dia 3 de outubro. Até lá temos trabalho pra fazer".
Capobianco disse - repetindo o discurso de Marina - que não há diferenças significativas entre as candidaturas do PT e do PSDB. "Não temos três visões concorrendo, mas duas. A de Dilma e Serra e a da Marina. Não tem uma diferença entre eles do ponto de vista de visão de futuro".
Ele ressaltou ainda que esse posicionamento de sua candidata a deixa numa situação "capciosa" num eventual segundo turno entre Dilma e Serra. Por manifestações desse tom, seria muito difícil que ela pudesse apoiar alguém sem cair em contradição com seu discurso de candidata.
Por fim, Capobianco negou a notícia publicada ontem pelo Terra, de que já estão sendo traçados planos para o futuro político de Marina após as eleições.
"Não existe nenhuma queda de expectativa, achamos que há uma janela de oportunidade. Esse crescimento muito cedo da Dilma abre isso, porque as pessoas estão se movimentando. Eleição é um bicho vivo, não é estatística. E esse bicho vivo reage. Se com nosso tempo de TV, com nossos recursos, estamos nesse ponto, tem alguma coisa aí né? E essa coisa nós acreditamos que nos habilita a pensar grande".
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